
O exemplo construtivo de Basileu
Karla Jaime
Basileu Toledo França tornou-se mais conhecido em Goiás por ser nome de teatro e instituições educativas e culturais. Muitos frequentadores desses espaços e alunos que neles têm oportunidade de aprender e desenvolver talentos desconhecem, porém, quem foi e o que fez esse homem para merecer homenagens.
Basileu foi escritor, pesquisador, professor, economista, jornalista, empreendedor, político, servidor público. Membro da Academia Goiana de Letras (AGL) e do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG), do qual foi presidente. Co-autor em 1961 do Estatuto da Universidade Federal de Goiás, fundou no ano seguinte a cadeira de Sociologia Educacional; foi professor de Repartição da Renda Social da Universidade Católica de Goiás, atual PUC-GO, e diretor do Instituto de Educação de Goiás, cargo que assumiu em 1955, quando veio morar em Goiânia.



Louvação à memória de Basileu Toledo França
Martiniano J. Silva, advogado, escritor, membro do Movimento Negro Unificado – MNU, da Academia Goiana de Letras e Mineirense de Letras e Artes, IHGGO, Ubego, mestre em História Social pela UFG, professor universitário, articulista do DM
Basileu Toledo França, constante trabalhador e incentivador da cultura por onde esteve, realçando Goiás onde dedicou quase 60 anos a esse dignificante oficio, sendo por isso que escreveu mais de 20 livros, sobressaindo-se como mais expressivos:
Rio Preto de Ontem, onde aborda a história local. Edição da “Casa de Cultura” de São José do Rio Preto, 1947, ilustrado com um álbum de fotografias da grande cidade paulista.
Pioneiros, romance baseado na história de Jataí, terra querida do autor, retratando episódio do povoamento do Sudoeste de Goiás, em 1954, 2ª edição em 1972 e 3ª em 1979. Como diz Basileu em meticulosa entrevista nos anais deste Casa, para escrevê-lo foram dez meses estudando “os registros de cartório, os arquivos de família, os baús e guardados de velhas fazendas, depoimentos de dezenas de pessoas antigas, cantadores, benzedores e raizeiros, tudo o que pudesse representar a tradição escrita e oral de Jataí”. Apesar da edição de livros anteriores, Basileu considerava Pioneiros seu livro de estreia, tendo por ele especial carinho.
O Sudoeste, tentativa de interpretação, 1959. Ensaio socioeconômico, propondo a entrada da estrada de ferro Araraquara em Goiás, através do Canal de São Simão. Trata-se de trabalho feito a pedido do então governador José Feliciano Ferreira, também filho de Jataí, que desejava prolongar os trilhos daquela importante ferrovia até o Sudoeste de Goiás, anseio antigo daquela gente.
Estudos de Educação, 1960. Ensaio dedicado à memória de Olímpio Guimarães de Toledo, professor primário e músico popular de Goiás.
Música e Maestros, 1962. Ensaio de sociologia da arte musical, tendo como pano de fundo especialmente Jataí. Foi lançado em Goiânia em fevereiro de 1963, nos salões do Conservatório Goiano de Música, com a presença de vários seresteiros e instrumentistas retratados ali, além de grande público, lá estando, como figura das mais elevadas, imaginem quem – o fundador desta Casa, abnegado Colemar Natal e Silva, que fez apresentação da obra com o brilho e entusiasmo de sempre.